O mês era Setembro e o ano 2016, foi nessa época que resolvi analisar a maneira que estava tratando meu corpo. Minha rotina envolvia dormir por volta de 3 horas da manhã ou mais, comer um pouco de tudo, incluindo um belo copo de leite com Nescau e açúcar, acompanhado de várias bisnaguinhas com Nutella pela madrugada antes de deitar.
Depois de analisar a maneira que estava vivendo, ou melhor, sobrevivendo, eu decidi que precisava mudar. Foi nesse momento que sem querer encontrei a saída na corrida.
Com meus 25 anos, essa foi sem dúvida a época mais sedentária da minha vida que se instalou após o término da faculdade. Na época eu tinha pouco mais de 80kg e lembro bem que comecei a me incomodar com meu corpo pela primeira vez.
Nunca tive problemas com a balança e nem nessa época tinha a aparência de uma pessoa gorda, e isso mascarou o problema por algum tempo, aliado à família, que por ter várias pessoas obesas e com sobrepeso, dificilmente receberia um puxão de orelha de alguém. A mudança precisava partir de mim.
Naquele momento eu me fiz uma promessa: correr de segunda a sexta e se possível aos fins de semana também. Digamos que eu subestimei o desafio e quase morri ao tentar correr um quarteirão. A saída foi encarar aos poucos o simples desafio de caminhar todos os dias, sempre tentando correr uma distância maior do percurso diário de 6 quilômetros.
Sempre fui aquele que tenta pular etapas e brigo com isso até hoje, mas não tem nada mais real que a limitação física. Não tem atalho, simples assim.
Meu começo na corrida foi assim, camiseta 100% algodão, dois shorts velhos, meias de algodão com furos e um tênis com a sola toda desgastada. Sou bastante econômico (pão duro) e só gastaria com aquilo se eu acreditasse que fosse virar uma rotina.
Alguns meses depois o meu relógio Garmin já estava no pulso, meias novas no pé e a promessa de que não dava mais pra usar nada de algodão. O bicho da corrida havia me picado e eu mal sabia disso.
Se você fica na dúvida de como começar a correr, eu escrevi um post para falar diretamente aos iniciantes no esporte que querem começar sem alguns dos sofrimentos que eu tive de passar quando comecei a correr.
A rotina melhorou, minha alimentação já não tinha mais tantos exageros e a corrida virou uma prioridade. Ela se tornou uma terapia em um momento bastante turbulento na minha vida pessoal e ainda é uma ferramenta importante para o meu bem estar.
Comecei o ano de 2017 com 5kg a menos, uma vida mais ativa e um olhar diferente para o futuro. Terminei com 1.144km registrados no Strava, uma meia maratona e a minha primeira maratona.
O meu primeiro ano de corrida me estimulou a aprender mais sobre meu corpo, pesquisar e testar um monte de coisa para ver o que dava certo. Hoje eu procuro me aprofundar cada vez mais meu conhecimento na dieta, que tem uma base muito forte no estilo de nutrição Paleo e com a minha última descoberta que foi o jejum intermitente.
O resultado é um ano de 2018 que ainda não me viu subir na balança e mostrar mais do que 70kg, mas nem gosto de focar na balança, e sim como é sentir um vínculo e entendimento maior do próprio corpo. É importante ressaltar que correr emagrece, desde que haja uma mudança na alimentação, mas a corrida pode ser a chave para você atingir seus objetivos.
Esse post é pra dar um pontapé numa série de artigos que pretendo trazer para o site com tudo que aprendi, aquilo que funcionou ou não comigo e compartilhar tudo para você tentar tirar proveito e também mudar a sua vida para melhor.
Olá Rafael,
Por favor, posso pedir um post sobre a tua alimentação paleo e como ela beneficia na corrida? Sou nova né esporte e pra todo canto só vejo incentivo a carboidratos, como jantares de massa antes das provas e gel de carb durante.
Existem diferentes protocolos dependendo do tempo e distancia q vc treina no dia? Da pra correr meia ou maratona inteira sem comer nada no meio? Ainda estou treinando meus primeiros 10k e alimentação atualmente é minha maior dúvida…
Muito obrigada!
Boa tarde, Juliana!
Desde que fiz esse post algumas coisas mudaram, e hoje não estou mais no que o pessoal considera paleo, mas sim em algo bem próximo à dieta carnívora. Pouquíssimos carboidratos e depois de um período de adaptação, consigo tranquilamente correr apenas com água. De qualquer maneira é importante ressaltar que não estou treinando para maratona, mas se a busca não é por performance, acho bem viável água e talvez cápsula de sal. Se a busca é por tempo rápido, nesse caso acredito que pelo menos no dia da corrida é interessante um suplementação de carboidrato.
Veja o post que fiz sobre jejum intermitente que pode te ajudar também: https://rafaelzamith.com.br/saude/como-fazer-jejum-intermitente-o-que-e-como-funciona-a-dieta/